Vícios de vinil

Thursday, December 20, 2007

Wednesday, December 19, 2007

desconexo mas uma coisa levou a outra.

Já, com certeza, escutaram na rádio, o dueto Ben Harper-Vanessa da Mata. Há qualquer coisa de Carlos Tê - Rui Veloso, naquele tema. O Quê? A métrica impossível, pois claro!
Pergunta: será que o Ben harper entende aquilo que está a cantar, ou sentir-se-á (ele) uma espéce de homem-de-neandertal, ou mesmo o meu ex-marido a tentar comunicar com o jovem de leste que lhe aparou o relvado do jardim da mansão que ele gostaria de ter tido? a mesmíssima pergunta se poderia fazer, por seu lado, a Rui Veloso e Carlos Tê. Ou será que eles se dão bem porque , simplesmente, não se entendem?
Em ambos os casos(ignorem o do ex-marido), não se trata de uma forma de expressão artística, ou exercício de estilo deliberadamente e/ou pretensamente inovador.

Há quem leve o assunto a sério. Partilho convosco este texto do Caríssimo Gigante-Pedro Moreira.

O Erro de Dom Afonso Henriques e A Prosódia na Música Portuguesa

Prosódia: "pronúncia regular das palavras em harmonia com a acentuação."
in Cândido de Figueiredo, Grande Dicionário da Língua Portuguesa.

Abundam na música portuguesa exemplos em que a letra é atropelada pela música dando origem a erros na métrica do texto. Habituá-mo-nos a cantar e a ouvir "pássaro feridú na asa" e "houve alegria e foguetees no ar" com toda a naturalidade. Claro que isso se deve à importação acrítica de modelos anglo-saxónicos de formas musicais aplicadas à nossa língua, sem ter em conta que o português tem características próprias, que deviam ser postas em evidência em vez de reprimidas.

A maior parte das palavras portuguesas têm uma acentuação na penúltima sílaba, e não na última como seria mais conveniente em música de influência anglo-saxónica. Para além disso, e ao contrário do português do Brasil, onde todas as sílabas têm valor, em Portugal quase que se omitem as sílabas fracas, num efeito parecido com aquilo a que os músicos de Jazz chamam "ghost-note". Isto levanta um desafio maior para quem escreve música vocal no nosso país.

Será que teremos que aceitar estes sucessivos atentados à prosódia nacional com resignação? A resposta tem de ser preocupante uma vez que somos talvez o único país em que duas das mais emblemáticas canções populares, o hino nacional e o "parabéns a você" têm, desse ponto de vista, erros claros: "ó pátria sentee-se a voz" no primeiro caso, e "para o meenino..." no segundo.

Gerações sucessivas de portugueses aprendem estas músicas como se fosse a coisa mais natural do mundo cantar com textos que não encaixam correctamente na música, ou em que somos forçados a dizer o texto incorrectamente sem que ninguém se importe com isso (podemos sempre invocar o facto de que o Alfredo Keil nem português era, triste sina esta!...).

A verdade é que as crianças continuam a aprender músicas com letras a martelo, e a questão é saber por quanto mais tempo.

Vem isto a propósito da nova colecção do jornal Expresso dedicada aos Reis de Portugal. Edição bonita, ilustrada por André Letria, uma leitura pedagógica e divertida para os mais novos. Excepto que, mais uma vez a música é muito mal tratada. Já não me refiro ao facto de a produção musical ser extremamente limitada, com tudo ou quase tudo ser feito em computador, em vez de ter músicos a tocar instrumentos reais. Como habitualmente, dá-se muita importância ao aspecto gráfico e visual, escolhe-se um nome mediático para fazer a narração, e no fim não há orçamento para uma produção musical decente. Não quero com isto dizer que a música não tenha alguma qualidade em termos de composição, mas a produção de facto é muito fraca.

Aliás a letra, isoladamente, também seria possível. O problema é quando se junta essa letra à música. E de facto seria difícil encontrar exemplo mais representativo de má prosódia: em quase todos os versos há um erro. Ou seja a pronúncia não está em harmonia com a acentuação. Neste momento talvez centenas ou mesmo milhares de crianças estejam a aprender aquelas músicas e letras perante o olhar comovido dos pais. Mas será que os pais as ouvem mesmo?

Neste primeiro volume dedicado a Dom Afonso Henriques somos de facto levados a pensar o que teria acontecido caso ele não tivesse feito frente à sua mãe. Ainda estão por estudar as consequências do ponto de vista psicanalítico de um país ter visto a sua origem num matricídio (num sentido figurado, claro), mas isto constitui de facto uma originalidade lusitana.

Talvez não tivéssemos expulsado do território uma civilização brilhante, com grandes poetas e músicos, talvez fôssemos galegos, castelhanos, espanhóis ou mesmo muçulmanos, mas, quem sabe, talvez tratássemos melhor a nossa música vocal.

Ou talvez não. Em todo o caso, é feio bater na mãe

Pedro Moreira, Música das Esferas.

Saturday, December 8, 2007

FW

Lisbon Underground Music Ensemble
@
CASINO de LISBOA
Domingo, 9 de Dezembro - 23h00
Entrada Livre

Marco Barroso (piano, direcção e composição)
Manuel Luís Cochofel (flauta)
Paulo Gaspar (clarinete)
Jorge Reis, João Pedro Silva, José Menezes, Elmano Coelho (saxofones)
Jorge Almeida, Pedro Monteiro, Gonçalo Marques (trompetes)
Eduardo Lála, Ruben Santos, Pedro Canhoto (trombones)
Miguel Amado(o do Fausto) [onde anda o yuri daniel?!](baixo eléctrico, contrabaixo)
Pedro Silva (bateria)

[Eles Agredecem a divulgação]


Wednesday, December 5, 2007

Outras Rotações

Shows
The Beastie Boys Radio Show
Tuesdays, 4 pm to 6 pm
The Beastie Boys Are Back!
w0rd!