Vícios de vinil

Monday, January 14, 2008

reencontros e velhos pedaços novos despedaçados


Ópera "CRIOULO"
Lisboa, 4 de Abril de 2008
(Estreia)Grande Auditório, Centro Cultura de Belém
Direcção artística: António Tavares
Composição musical: Vasco Martins
Direcção musical: Maestro Pedro Neves
“Crioulo” é um espectáculo pluridisciplinar, de dimensão operática (música, dança). Toma como mote a génese de Cabo Verde e a idiossincrasia do seu povo como meio para abordar temáticas, passadas e actuais, de escravatura, comércio e migração de pessoas, enquadradas numa dicotomia Europa-África, de onde se ressalta o fosso marcante entre estas duas grandes massas socio-culturais.
E é o reencontro entre o encantador Vasco Martins e o belissimo António (Tony) Tavares.
Num tempo já distante (e distante ,sobretudo, no entendimento que actualmente tenho da "dicotomia" acima), tive a oportunidade de me encontrar a trabalhar com estes dois senhores. Duas almas grandes demais para caberem neste "enclave".

Compositor, pianista e poeta, Vasco Martins nasceu em Portugal, filho pai cabo-verdiano e mãe portuguesa. Aos nove anos viaja para S.Vicente, em Cabo-Verde, juntando-se á família paterna. É onde até agora vive e cria a sua obra musical.
Estudou em Portugal com o compositor Fernando Lopes Graça e em França com o compositor e chefe de orquestra Henri-Claude Fantapié.
De retorno a Cabo-Verde, compõe a suite sinfónica 'Danças de Câncer’ para orquestra sinfónica e escreveu a série das
oito sinfonias que constituem a essência da sua obra musical.




Foi em Cabo Verde, mais exactamente em São Vicente (sua ilha natal) que António Tavares iniciou o seu trabalho na área da dança, como bailarino do grupo Mindel Stars. Com este grupo faz a sua primeira digressão internacional em 1986, passando pela Holanda, Senegal, França e Macau.Em 1991 funda os grupos Crêtcheu e Compasso Pilon, desenvolvendo um trabalho de pesquisa sobre a dança africana e, principalmente, as danças tradicionais cabo-verdianas.Pouco depois, recebe uma bolsa de estudo do Atelier Mar (Cabo Verde) e vem para Portugal, onde estuda na Escola Superior de Dança e na Escola de Artes e Ofícios do Espectáculo, onde acaba também por leccionar.Além de trabalhar com importantes coreógrafos portugueses - entre outros, com Olga Roriz, Aldara Bizarro, Francisco Camacho, Rui Nunes e José Laginha - desenvolve ao mesmo tempo os seus próprios trabalhos como coreógrafo e bailarino, seguindo uma linha de criação que se poderia designar por afro-contemporânea.Participou, como bailarino, coreógrafo ou como autor, em projectos como: "Mostra Papel di Foto", "A Ilha", "Clan-Destinos", "Fou-Naná" (espectáculo a convite do Centro Cultural de Belém-1997 apresentado em Portugal e no estrangeiro), "SOBREtudo" (uma produção do festival internacional de dança contemporânea Danças na Cidade’97), "Danças de Câncer" (uma co-produção Portugal/Cabo Verde, com música original de Vasco Martins (1999), "Caminho Longe" (apresentado no New Jersey Performing Art Center - Nova York), "Crash Landing@Lisboa" (apresentado no Bates Dance Festival), coreografou o espectáculo multimédia “Blimundo”, do cineasta caboverdiano Leão Lopes, "Diálogo de Kissanges", "Spidaranha", "K'mê Deus" (2003), " White Noise" (Gulbenkian, 2005), "Some Voices" (Bélgica 2005), "L' Abbandono al Tempo" (Bélgica, 2006).LTem dinamizado workshops de Dança Africana e Movimento e colaborado em inúmeros projectos pedagógicos e de animação em diversas escolas do país.Na área da música desenvolve também um trabalho continuado enquanto percussionista , trabalhando, entre outros, com Victor Gama (Projecto Pangeia/Kissanges), e com grupos de baile de novas tendências da música tradicional cabo-verdiana Sossabe e Trio Fou-nana. A sua área de acção abrange um espectro alargado de actividades em fusão.

No comments: